Caldas de Sangemil

As termas junto às margens do rio Dão

Apresentação e História

As Caldas de Sangemil estão localizadas na freguesia da Lajeosa do Dão, concelho de Tondela, junto às margens do rio Dão, e na proximidade do concelho de Carregal do Sal.

Abertas ao público em 1994 nas actuais instalações, e renovadas em 1999. Tem sido um pólo dinamizador do Turismo Concelhio, com uma frequência de curistas provenientes de todo o país e de alguns países estrangeiros.

As características das suas águas têm levado à sua utilização com fins terapêuticos desde o século XVIII,na época realizada por algumas pensões e alojamentos familiares.

Tratam-se de águas minerais hipertermais (49º Celsius), mineralizadas, alcalinas, sulfúreo sódicas e fluoretadas(PH8,4) sendo captadas a uma temperatura de 49º nos dois furos HN1 e HN2, a uma profundidade de cerca de 100 metros.

As suas características são controladas em permanência, com análises regulares pelas entidades creditadas para esse fim, quer do ponto de vista físico-químico e bacteriológico.

As indicações terapêuticas concentram-se mais nas patologias do foro reumatológico, em particular osteoartrites, e ainda na reabilitação das patologias musculo-esqueléticas e das artropatias resultantes de traumatismos de várias ordens e origens. É também indicada para doenças respiratórias das vias superiores (ORL).

A sua história

A sua história até ao séc. XIX não é muito clara, e os dados que se possuem são escassos.

No início do Século XIX António da Fonseca Benevides analisa as águas de Sangemil e compara-as as águas do Gerês às de Sangemil.

São ainda mencionadas por Vale (1845), Leal (1873), Almeida (1866), Baptista e Félix (1877), que nos conta que são muitas as nascentes, sendo três as principais. Lopes (1892) escreve das nascentes que brotam no areal do rio Dão “…cujas águas correm para um grande poço não resguardado, de onde livremente se podem tirar. Não são aproveitadas em estabelecimento balnear, mas em todas as casas particulares destinadas aos numerosos doentes que, as estas termas concorrem há banheiras e tinas, que são cheias com água trazida, em cântaros, por mulheres.”

Silva (1894) escreveu: “Ignora-se em que época começou a fazer-se uso terapêutico destas águas e nem mesmo há quem se lembre do tempo em que foi construído o tosco tanque de pedra que lá existe ainda…o tanque de que falei, que está completamente abandonado hoje.

A água para usos médicos continua, porém, a ser apanhada em um poço, todos os anos, aberto na areia, entre os tanques e a corrente do rio, porque todos os Invernos é areado pelas enchentes do Dão, que lhe passa mesmo encostado”.

No início da década de “40” do seculo XX, a situação era idêntica, segundo Acciaiuoli (1944), que acrescenta “Ao ser concedido novo Alvará foram impostas obrigações. A morte súbita, por desastre, do concessionário, veio adiar a execução das obras projectadas”.

O concessionário falecido era o médico Fernando Figueiredo, que em 1929 tinha obtido o Alvará de exploração, que o obrigava, numa primeira fase, a elaborar a planta topográfica e hidro-geológica da região e o projecto de captação das nascentes, e procedendo posteriormente à construção do estabelecimento termal.

Por Alvará de transmissão de 27 de Julho de 1946, o concessionário passou a ser a empresa Águas de S.Gemil, Lda. Mas também esta empresa não conseguiu realizar o velho projecto do estabelecimento termal, e que seria concretizado a partir de 1992, sendo então concessionária a Câmara Municipal de Tondela que o mandou construir.

BIBLIOGRAFIA
Acciaiuoli: 1936; 1937; 1940; 1941; 1942; 1944; 1947;1948a; 1948b; 1949-50; Benevides 1807-08, Baptista 1933, Félix 1877, Leal, Pinho 1875-80, Silva 1895, Silva 1908,Vale 1845